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domingo, 27 de abril de 2008

Excitação cardíaca

Capítulo 02

Neurônios e nervos



Objetivo da aula

  • Conceituar neurônios e nervos

  • Citar as características estruturais e funcionais de um neurônio

  • Classificar e caracterizar funcionalmente os tipos de nervos



  1. Introdução

As funções orgânicas, bem como a integração do animal com o meio ambiente estão na dependência de um sistema especial denominado sistema nervoso. As funções básicas desse sistema são:

a) detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representadas por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas dos ambientes externos e internos.

b) Organizar e coordenar direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo entre as quais funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.

  1. Células do tecido nervoso

O tecido nervoso compreende basicamente de dois tipo de células

  • Neurônios

  • Células da glia ou neuroglia

    1. Neurônio

São células especializadas que têm propriedade de receber e transmitir estímulos. São células grandes que apresentam morfologia complexa, pois quase todos apresentam três componentes:

a) dendritos (do grego dentron = arvore, ramificação) São prolongamentos numerosos, especializados na função de receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios.

b) corpo celular – representa o centro trófico da célula e que é também capaz de receber estímulos. È constituído pelo núcleo e pelo citoplasma que o envolve.

c) axônio – prolongamento único especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio a outras células (nervosas, musculares e glandulares). O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ter, na espécie humana, de alguns milímetros a mais de um metro.

    1. Classificação dos neurônios de acordo com o tamanho e forma de seus prolongamentos

De acordo com esse critério os neurônios são classificados em:

  1. Neurônios multipolares – apresentam muitos dendritos e um axônio partindo do corpo celular. São mais comuns. Medem 135 micrômetros, mas podem ser pequenos com 4 micrômetros.

  2. Neurônios bipolares – possuem um dendrito e um axônio partindo do corpo celular. Ocorre na retina, na mucosa olfativa e nos gânglios coclear e vestibular.

  3. Neurônios pseudo-unipolares – apresentam apenas um prolongamento de partindo do corpo celular. Esse prolongamento divide-se em dendrito e axônio. Ocorre nos gânglios espinhais, situados nas raízes dorsais dos nervos espinhais.

    1. Classificação dos neurônios segundo sua função

De acordo com a função os neurônios são classificados em:

  1. Neurônios motores ou eferentes – tem a função de conduzir o impulso nervoso ao órgão efetuador, que, nos mamíferos, é um músculo ou uma glândula. O impulso eferente determina assim, uma contração ou uma secreção. O corpo do neurônio eferente surgiu dentro do sistema nervoso central (SNC) e a maioria deles permaneceu nesta posição durante toda a evolução. Contudo, os neurônios eferentes que inervam os músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas tem seus corpos fora do sistema nervoso central, em estruturas que são os gânglios viscerais. Estes neurônios pertencem ao sistema nervoso autônomo e serão estudados com o nome de neurônios pós-ganglionares. Já os neurônios eferentes, que inervam músculos estriados esqueléticos têm seu corpo sempre dentro do sistema nervoso central (por exemplo, na coluna anterior da medula).

  2. Neurônios sensoriais ou aferentes – surgiu na filogênese coma função de levar ao sistema nervoso central informações sobre as modificações ocorridas no meio externo e interno do organismo. Nos vertebrados, a quase totalidade dos neurônios aferentes tem seus corpos em gânglios sensitivos situados junto ao sistema nervosos central, sem, entretanto, penetrar nele. Nessa situação, a maioria dos neurônios sensitivos dos vertebrados é pseudo-unipolar. Nessa localização ele fica menos sujeito a lesões, pois, ao contrario dos axônios, que podem se regenerar, as lesões do corpo de um neurônio são irreversíveis.

  3. Interneurônios ou neurônios associativos – o aparecimento de associação trouxe um considerável aumento do número de sinapses, aumentando a complexidade do sistema nervoso e permitindo a realização de padrões de comportamento cada vez mais elaborado. O corpo do neurônio de associação permaneceu sempre dentro do sistema nervoso central e seu número aumentou muito durante a evolução. Sua função é estabelecer conexões entre outros neurônios, formando circuitos complexos. Sua principal função é a coordenação complexa das funções das regiões autônomas dentro do SNC, principalmente região cefálica, onde são abundantes.

  1. Tecido glial ou neuroglia

Tanto no sistema nervoso central como no sistema nervoso periférico, os neurônios relacionam-se com células coletivamente denominadas neuroglia, glia ou gliócitos. São células mais freqüentes do tecido nervoso.

3.1 Neuroglia do sistema nervoso central

No sistema nervoso central, a neuroglia compreende:

  1. astrócito – seu nome vem da forma semelhante a estrela. São abundantes e caracterizados por inúmeros prolongamentos, restando pequena massa citoplasmática ao redor do núcleo esférico ou ovóide e vesiculoso. Reconhecem-se dois tipos: astrócito protoplasmático, localizados na substância cinzenta, e astrócito fibroso, encontrados na substância branca. Os primeiros distinguem-se por apresentar prolongamentos mais espessos e curtos que se ramificam profusamente, já os prolongamentos dos astrócitos fibrosos são finos e longos e ramificam-se relativamente pouco.

Ambos os tipos de astrócitos, através de expansões conhecidas como pés vasculares, apóiam-se em capilares sanguíneos. Seus processos contatam também os corpos neuronais, dendritos e axônios e, de maneira especial, envolvem as sinapses, isolando-se. Têm, portanto, funções de sustentação e isolamento de neurônios. São também importantes para a função neuronal, uma vez que participam do controle dos níveis de potássio extraneuronal, captando esse íon e, assim, ajudando na manutenção de sua baixa concentração extracelular.

Compreendem o principal sítio de armazenamento de glicogênio no sistema nervoso central, havendo evidencias de que podem liberar glicogênio para uso dos neurônios.

  1. oligodendrócito – são menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos, que também podem formar pés vasculares. Conforme suas localizações distinguem-se dois tipos: oligodendrócito satélite ou perineuronal, situado junto ao pericário e dendritos. E oligodendrócito fascicular, encontrado junto as fibras nervosas. Os oligodendrócitos fasciculares são responsáveis pela formação da bainha de mielina em axônios do sistema nervoso central.

  2. Microgliócitos – são células pequenas e alongadas com núcleo denso também alongado e de comprimento irregular. Possuem poucos prolongamentos. São encontrados tanto na substância branca como na cinzenta e apresentam função fagocítica, isto é, remoção, por fagocitose, de células mortas, detritos e micoorganismos invasores. Aumentam em caso de doença e inflamação.

  3. Células ependimárias – são células cuboidais ou prismáticas que forram como epitélio de revestimento simples, as paredes dos ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da medula espinhal.

3.2 Neuróglia do sistema nervoso periférico

A neuroglia periférica compreende as células satélite e as células de Schwann. As células satélites envolvem pericários dos neurônios dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso autônomo. As células de Schuwann circundam axônios, formando seus envoltórios, quais sejam, a bainha de mielina e o neurilema.

3.3 Funções gerais da célula da glia

  • Sustentação dos neurônios

  • Nutrição dos neurônios

  • Produção da bainha de mielina

  • Defesa do tecido nervoso

  • Cicatrização do tecido nervoso

4. Fibras nervosas

Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina denominam-se fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina denominam-se fibras nervosas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem tanto no sistema nervoso periférico como no central, sendo a bainha de mielina formada por células de Schuwann, no periférico, e por oligodendrócito, no central.

5. Nervos

São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas reforçadas por tecido conjuntivo e que têm como função levar, ou trazer impulsos ao (do) SNC. Podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a medula epnhal ou com o encéfalo. São três as bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo: epineuro, perineuro e endoneuro. O epineuro envolve todo o nervo e emite septos para seu interior. O Perineuro envolve os feixes de fibras nervosas. Por sua vez, cada fibra nervosa é envolvida por uma trama delicada de tecido conjuntivo frouxo, o endoneuro.

As bainhas conferem grande resistência aos nervos. Os nervos são muito vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente por vasos que se anastomosam, o que permite a retirada do epineuro em um trecho de até 15cm sem que haja lesão nervosa. Por outro lado, os nervos são quase totalmente desprovidos de sensibilidade. Se um nervo é estimulado ao longo de seu trato a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva. Assim, quando um membro é amputado, os cotos nervosos irritados podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro como se fossem originados no membro retirado, resultando a chamada dor fantasma, pois o individuo sente dor em um membro que não existe.

5.1 Nervos cranianos

São 12 pares de nervos que fazem conexões com o encéfalo. A maioria deles origina-se no tronco encefálico.

I5.2 Nervos espinhais

São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. São em numero de 31 pares, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São, pois oito pares de nervos cervicais, 12 torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e um coccígeo. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes ventral e dorsal, as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral anterior e lateral posterior da medula através de filamentos radiculares. A raiz ventral é formada por axônios que se originam em neurônios situados nas colunas anterior e lateral da medula. Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinhal, onde estão os corpos dos neurônios sensitivos pseudo-unipolares, cujos prolongamentos central e periférico formam a raiz. Da união da raiz ventral, motora, com a raiz dorsal (sensitiva), formam-se o tronco do nervo espinhal, que funcionalmente é misto.



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